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FALSAS DOUTRINAS SOBRE DEUS

Porque o Senhor é o Deus supremo

    e o grande Rei acima de todos os deuses.

Sl 95.3

Mediadores de suas próprias orações

Infelizmente, hoje em dia muita gente vive como mediadora de si mesma perante Deus. Tais pessoas buscam a Deus como se Ele pudesse ser mudado pelas suas ideias. Oram como se estivessem falando com o gerente da loja de eletrodoméstico. Argumentam com Deus como se estivessem tratando com um balconista.

Hoje, Deus é tratado como um servo qualquer. Na verdade, percebemos três formas de se querer mandar em Deus. Aqui estão elas.

O Deus cambista

A primeira forma, é aquela que trata Deus como um funcionário qualquer pronto a lhe servir quando e onde você quiser. É interessante notar que algumas das denominações que mais têm crescido no Brasil nos últimos anos, e talvez no mundo, sejam aquelas com um princípio tão herético e sutil: a doutrina da confissão positiva (ou, palavra da fé). A ênfase dessa doutrina está no ter e não no ser.

A Teologia da Prosperidade tem se proposto a buscar um Deus cuja personalidade se parece com a de exus, demônios que necessitam de uma oferenda para realizarem algo na vida daqueles que os buscam.

Esse Deus é um Deus cambista que vive fazendo trocas com seu povo. Essa falha da igreja moderna sobre a pessoa de Deus possui quatro princípios, os quais são:

1.Que Deus nunca diz não a seus filhos;

2.Que só se pode orar uma vez (sendo duas uma demonstração de falta de fé);

3.Que o sofrimento é sinal de falta de fé;

4.Que a pobreza não combina com nossa posição como filhos do Rei.

Nessas igrejas, raramente se ouve sobre arrependimento, pecado, salvação pela fé em Cristo ou santidade. O assunto que interessa, como diz o cântico, é: “Dê, e Deus te devolverá! Então dê, dê ao Senhor.”

Além das músicas, as pregações levam o povo a pensar somente em um futuro financeiro bem sucedido que virá, é lógico, mediante uma desafiadora contribuição (um “sacrifício” como eles gostam de chamar).

Testemunhos são apresentados. E o objetivo é mostrar que há um Deus que você pode desafiar. Ouse, não aceite pouco. Determine, exija! Se Ele é Deus, Ele fará o impossível por você. Apenas informe-o, mas com a determinação de quem manda, e não de alguém sujeito. Sujeite-O, você!

A crença e pregação dessa doutrina é muito nociva e muito perigosa para a igreja brasileira. Traz uma expectativa errada de Deus.

De acordo com 1Tm 6.3-8, não é certo buscarmos a Deus visando a obtenção de bênçãos espirituais. Podemos ter melhor exemplo do erro dessa teologia no que é lido em Jo 6.26,27.

Nesta ocasião, o Senhor Jesus censura homens e mulheres que estavam buscando-o somente pelo pão e pelo peixe que ele havia multiplicado e dos quais aquelas pessoas puderam desfrutar.

A motivação em algumas igrejas modernas permanece a mesma daqueles que achegaram-se a Cristo, e é interessante que a visão sobre Cristo também permanece a mesma: alguém em quem se pode encontrar bênçãos materiais. A diferença é que, hoje, os pastores exigem que os fiéis têm que dar algo a fim de que o “Deus Cambista” possa, então, devolver para o fiel de forma dupla, tripla, quíntupla (o que depende do valor da oferta apresentada à igreja por aquele irmão, às vezes, cheio de boas intenções).

Deus não é um cambista nem um negociador. Com Deus não se faz barganhas. Ele tem um propósito eterno que é a Sua glória. Ele não se arrepende, não muda e, por mais que alguém tenha fé para mover uma montanha, se o mover desta não estiver dentro do propósito eterno de Deus, ela não se moverá.

Nada escapa ou foge aos propósitos eternos de Deus. Ele manda, a gente obedece. Nunca inverta isso. Fuja dessa louca doutrina.

O Deus destronado

A segunda forma de se querer mandar em Deus, ou, simplesmente, informá-lo do que Ele deve ou não fazer, é aquela que confunde a soberania de Deus com a soberania das criaturas.

Existe hoje uma grande confusão com relação à doutrina da Soberania de Deus dentro das igrejas modernas. Logo na abertura de alguns cultos evangélicos, especialmente os neopentecostais, têm-se visto uma forma arrogante de se relacionar com o Senhor.

Suas reuniões iniciam-se com frases do tipo: “Eu determino…”, “Eu não aceito…”, “Eu ordeno…”, e outras frases de orações que têm virado rotina não só na abertura, mas no meio e no final do culto também.

Não acredito que aqueles que se denominam evangélicos (embora esse termo esteja desgastado), e têm essa louca mania de querer mandar em Deus, o façam tendo noção do erro que cometem. Essa maneira errada de tratar com o Deus soberano, para eles, é uma tentativa de buscar uma maior intimidade e comunhão com o Senhor.

Creem, de fato, que Deus está obrigado aos homens, o que nada mais é do que um absurdo (e diabólico) desejo de querer mandar no Soberano Deus do Universo.

É interessante analisar que toda a estrutura de religiões como o animismo, espiritismo, feitiçaria e satanismo, é baseada na busca de controlar, manipular e domesticar as forças sobrenaturais. E é exatamente isso que um ser humano qualquer pode encontrar numa igreja neopentecostal (com raras exceções) e outras pentecostais e tradicionais que têm cedido a essa heresia.

Interessante notar que a feitiçaria tenta manipular as realidades passadas, presentes e futuras. Interessante também é notar que esta prática que reduz o Senhor a um Deus não-soberano, também tenta manipular as realidades presentes, passadas, e futuras.

Todos sabemos o que Deus acha da feitiçaria (Ex 22.18; Lv 19.31; Dt 18.10; Is 47.9; Na 3.4; Gl 5:20; Ap 9:21, 18.23; 22.15) e, ainda mais, o que ela revela no relacionamento com Deus: rebeldia (1Sm 15.23a).

Dentre os textos distorcidos que os adeptos dessa prática usam, encontra-se Jo 14.13-14, um dos favoritos deles: “E farei tudo o que pedirdes em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei”.

Para esse grupo, palavras como pedir, rogar e suplicar são a mesma coisa que exigir, decretar, determinar e reivindicar. Temos um problema, então, com a palavra pedir.

Em grego, há duas palavras para pedir: αἰτέω (aiteo) e ἐρωτάω (erotao):

1.αἰτέω: um pedido feito por alguém que está em posição inferior à daquele a quem o pedido é feito (como um filho pedindo ao pai);

2.ἐρωτάω: trata-se de um pedido onde aquele que suplica está em pé de igualdade com aquele a quem o pedido é feito.

Agora, olhando para as Escritura, veremos que o Senhor Jesus só usava ἐρωτάω para fazer um pedido ao Pai. Quando em Lucas 14.32 ἐρωτάω é usado, lemos que um rei fazia um pedido a outro rei.

Porém, quando é num sentido vertical de relacionamento (ex. seres humanos e Deus) a palavra usada é αἰτέω, como no texto acima citado (Jo 14.13-14).

Por isso, se a atitude desses “evangélicos” estivesse correta, Deus já estaria destronado há muito tempo. Dizer, crer e, até mesmo, se atrever a orar pensando que as palavras podem mudar o destino do homem, ou a sucessão de fatos, ou qualquer outra coisa que seja, é tornar o Deus Soberano e Supremo, sujeito à vontade humana, à vontade pervertida de suas criaturas. Deus deixaria de ser o Supremo governador de tudo.

Se você for sábio, fugirá dessa loucura também.

O Deus xerife

A terceira e última forma percebida em algumas igrejas onde Deus não é mais do que uma menininha de laço rosa na cabeça, super obediente, é aquela onde se acredita que podemos determinar quem irá ser abençoado e quem não irá ser disciplinado por Deus.

Esta é outra forma ridícula de se tratar o Criador. De onde vem a louca ideia de que podemos controlar até mesmo sobre quem Deus irá exercer juízo?

Hoje, um grande número de cristãos crê que Deus possa pesar a mão sobre outras pessoas mediante suas ordens. Para tais cristãos, Deus deu a eles o poder de pisar naqueles que são contrários às suas ideias.

Tais homens e mulheres não têm noção do que é desenvolver um relacionamento saudável e feliz com Deus. Vivem fascinados por um Deus xerife, apavorados pelos mistérios desse Deus.

E não perca de foco que, por trás desse derramar do juízo de Deus, está uma louca presunção de querer informar a Deus sobre alguém para quem eles desejam uma grave disciplina da parte de Deus.

Lideranças de igrejas que têm medo de possíveis questionamentos levantados por cristãos de sua comunidade têm se valido dessa afirmativa. Essas palavras tornaram-se uma arma de defesa (e também de ataque) para líderes e, consequentemente, fiéis que não se permitem questionar.

Essas mesmas palavras têm se tornado um açoite para os cristãos incautos e ignorantes que se sentem torturados pela culpa de um pecado.

Essas palavras não tratam somente de um julgamento frio, inumano e raso, mas constituem-se no mais perverso meio de tortura psicológica imposta sobre os que já vivem o drama angustiante da culpa por verem a Deus como um xerife.

Deus não é um xerife patrulheiro à caça de pecadores, nem está ligando para ordens de Suas criaturas que reivindicam (ou melhor, ordenam) o Seu juízo contra alguém.

A justiça é a execução da retidão. O juízo de Deus é a execução de Suas penalidades expostas nas Escrituras. Ele é fiel ao que Ele diz e executa o que Ele mesmo determinou.

Essa é a santa justiça, pois traz em si a clara ideia do ódio contra o pecado, o que acaba resultando numa indignação que o leva a ser justo (Sf 3.5; Dt 32.4; Sl 11.4-7; Dn 9.12-14).

Segundo o texto de Hb 12.6, Deus corrige ao que ama. A ideia do castigo (do pesar a mão) é contrária ao Espírito da graça do Novo Testamento. Isso, pelo fato de Deus só disciplinar os Seus pelo fato dEle os amar. Caso não amasse, não os disciplinaria.

Querer que Deus discipline alguém, ou pedir que Deus assim o faça, é agir com a presunção de que nós sabemos mais do que Ele quem precisa de umas “palmadinhas”. Sem dúvida alguma, Des sabe muito mais do que nós quem deve ou não ser disciplinado.

Algumas informações adicionais

Os atributos de Deus

Atributos são as “qualidades” de Deus, suas características principais. Tudo aquilo que é próprio de uma pessoa, é seu atributo. Se alguém é muito inteligente, dizemos que um dos atributos de determinada pessoa é a inteligência.

Para todos as características de Deus damos o nome de atributos. Só conhecemos os atributos de Deus pelo fato das Escrituras os apresentarem a nós. Fora da Bíblia, apenas podemos “desconfiar” desses atributos por meio da observação da Criação. Ao olharmos para os céus, os mares, as montanhas, as plantas, os animais, o corpo humano, e tantas outras coisas da Criação, somos capazes de, sem a Bíblia, compreendermos que há um Criador inteligente, sábio e poderoso.

Normalmente, na teologia, divide-se os atributos de Deus em atributos naturais e atributos morais.

Os atributos naturais

Estes são atributos que existem em Deus, em seu ser, que estão ligados a Ele e não necessariamente ao que Ele faz. Alguns destes atributos são: vida, tri-unidade, imutabilidade, onipotência, onisciência, onipresença, eternidade, espiritualidade, auto-existência e personalidade.

Alguns desses atributos não podem ser compartilhados conosco, e pertencem apenas a Deus. Esses são chamados de  atributos incomunicáveis. Outros, como a personalidade e a espiritualidade, ele comunica conosco, sendo os atributos comunicáveis. Assim são muitos outros.

Os atributos morais

Estes atributos não estão ligados apenas ao ser de Deus, mas ao seu caráter e ao seu agir. Assim como os atributos naturais, nos morais também encontramos aqueles que são comunicáveis e aqueles que são incomunicáveis a nós. Alguns dos atributos morais são: amor, santidade, bondade, justiça, dentre outros.

Dentro destes, mais uma vez, encontramos aqueles que são “comunicados” ou compartilhados conosco e outros que pertencem sobre a Deus.

Os atributos de Deus devem ser estudados e conhecidos pois são eles que nos ajudam a adorar a Deus com profundidade. Quando o adoramos, adoramos por quem Ele é. E, só sabemos quem Ele é graças ao estudo e conhecimento de seus atributos. Quanto mais o conhecemos, mais o amamos, e quanto mais o amamos, mais o adoramos.

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